MILAGRE EM LUÍS GOMES: A MULTIPLICAÇÃO DOS DOIS REAIS E UM SONHO QUASE REALIZADO

Na última sexta-feira aconteceu um fato surpreendente na cidade de Luís Gomes- RN. Dois amigos conversavam sentados na calçada, quando um deles, o Preazinho Observador, avistou uma nota de dois reais voando em direção a eles. E sugeriu:

– Banguelão, espie aquela nota de dois reais bolando. Vá pegá-la.

O desprovido de recursos dentários prontamente atendeu a orientação do colega, e mais prontamente ainda colocou o dinheiro no bolso.

O Preazinho logo argumentou:

– Opa, esse dinheiro também é meu.

E em uma atitude que nós nordestinos chamamos “de veneta”, sugeriu que aquele dinheiro fosse empregado em uma aposta no jogo do bicho. Sendo o prêmio, em caso de acerto, dividido em partes iguais entre os dois. Também foi do Preazinho a idéia de utilizar os quatro últimos dígitos do número de série da nota para ser a milhar apostada.

Um conhecido dos mesmos que passava pelo local, foi escolhido para realizar a tal aposta.

O cambista achou interessante a atitude do portador. Mas não deu muita importância, já que nesse ramo tudo serve de inspiração para os apostadores: placa de carro, sonho, número de telefone, etc.

Mas, quando foi escrever o número o cambista errou um dos dígitos. Quis o destino que o encarregado da aposta estivesse atento e percebesse o equívoco e solicitasse prontamente a correção.

As horas passaram, e Banguelão bebericava em um bar e reclamava que a mulher iria tomar-lhe todo o dinheiro do salário do mês, que ainda nem havia “caído” na conta.

De repente, o maior “Amante de Fuscas” de Luís Gomes adentrou ao recinto anunciando que a milhar, escolhida ao acaso, havia sido sorteada.

Acontecia o milagre da multiplicação: Os dois reais achados na rua haviam se tornado, de uma hora para a outra, oito mil reais, que foram divididos em partes iguais entre os dois protagonistas desta história, conforme o combinado.

Banguelão logo correu pra casa e deu a mulher três mil reais, mais a senha e o cartão de crédito para que ela saquasse todo o salário, que horas antes era motivo de lamúria.

Mas para a esposa ainda faltava algo. Daí, veio a pergunta que não queria calar:

– Cadê o resto?

Ele, com cara de emoção, e com um toque de cinismo, logo respondeu:

– Usarei para realizar um sonho: minha prótese dentária.

O sonho não realizado: Mas, quis o destino que Banguelão durante o percurso entre sua casa o laboratório do protético, “bebesse” parte do recurso destinado à chapa. Não sobrando suficiente para a realização do desejo.

Você deve estar se perguntando: O que o outro sortudo fez com sua parte do prêmio?

O Preazinho Observador usou uma pequena parte de sua premiação na comemoração do acontecido. Mas, sabiamente, guardou o restante para prevenir possíveis custos com novos testes de paternidade.

Moral da história: Isso simplesmente não tem explicação. Mas, tem gente que nasce com a cavidade anal virada para o satélite natural da terra.

 

Observação: As identidades dos sujeitos serão preservadas para evitar possíveis cobranças ou pedidos de empréstimos.